A gastroplastia, mais popularmente conhecida como cirurgia bariátrica, é uma intervenção cirúrgica para o tratamento da obesidade. O efeito da ação cirúrgica é reduzir o apetite do paciente, aumentando a sensação de saciedade. Dependendo do método aplicado, a perda de sobrepeso pode ser entre 14% e 72%.
Espera-se, com esse tratamento, que o paciente obtenha melhores condições de vida, quanto à mobilidade, ao bem-estar, à autoestima e à própria saúde, na medida em que a perda de peso acentuada promovida pela gastrectomia funciona como tratamento de comorbidades, dentre elas, o diabetes, a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, a depressão e problemas estruturais.
São tratados cirurgicamente aqueles pacientes cuja condição não ofereceu resposta a terapias anteriores. É considerada condição para o tratamento que o paciente tenha índice de massa corporal (IMC) acima de 40. A gastrectomia pode ser indicada para pacientes com IMC acima de 35, mas cuja condição no momento ofereça grandes riscos à saúde.
Há outras condições básicas para que o paciente possa se submeter a esse tipo de tratamento. É essencial que ele se comprometa com a adoção de mudanças comportamentais, seja no que diz respeito aos hábitos alimentares, seja com relação ao sedentarismo. É preciso que ele seja considerado, também, mentalmente capacitado a se submeter ao tratamento. Pessoas que abusam do uso de drogas, que tenham algumas doenças, como câncer, que não esteja em remissão, e que sofram de algum tipo de transtorno psiquiátrico não controlado não devem se submeter a ele.
É fundamental, por essa razão, que a cirurgia bariátrica se insira num contexto de tratamento em que estejam envolvidas outras especialidades médicas, além do cirurgião do aparelho digestivo, principalmente nutricionista, endocrinologista e psicólogo.
Riscos da cirurgia bariátrica
Outra condição importante para que o paciente possa se submeter ao tratamento é que ele tenha conhecimento dos riscos. Não há nenhuma dúvida de que a gastrectomia traz inúmeros benefícios ao paciente e se mostra eficaz no combate direto à obesidade, mas é dever do médico, com base em análise minuciosa da condição do indivíduo, torná-lo ciente de que há riscos e que é preciso colocar na balança todas as variáveis: benefícios, riscos e esforço de readaptação.
Neste último caso, boa parte do sucesso nos anos que se seguirão à cirurgia está relacionada à manutenção do acompanhamento médico, inclusive o transdisciplinar. Em outras palavras, é o mesmo que dizer que o tratamento continua depois da cirurgia, embora essa, por si só, garanta resultados expressivos já nos primeiros meses após a intervenção, e a tendência é que esse efeito se amplie nos anos subsequentes.
O principal risco após a cirurgia é a ocorrência de deficiência nutricional, que deve ser controlada com suplementação. O não acompanhamento pode trazer consequências graves. Em números gerais, o risco de morte é inexpressivo, mas ele existe, em decorrência de complicações mais graves, como peritonite, hemorragia e obstrução intestinal. Não quer dizer que, havendo esse tipo de problema, o paciente vá a óbito. Os óbitos decorrentes do tratamento em rede credenciada representam uma relação de no máximo 3 a cada 1.000 pacientes.
Alguns sintomas são normais no pós-operatório, mas é preciso procurar atendimento médico caso o paciente sofra com manifestações como: dor abdominal contínua e crescente, vômitos, hemorragia, febre e calafrios sistemáticos, separação dos extremos dos pontos da incisão, sinais de infecção na incisão, como dor, vermelhidão, inchaço e gotejamento, diarreia, dor torácica, sudorese, falta de ar, fezes escuras, com mau cheiro e de difícil evacuação, e palidez repentina.
Em resumo, considerando-se os riscos e os novos hábitos, como fazer refeições em pequenas quantidades e regulares, evitar ingerir líquidos ao mesmo tempo que alimentos sólidos, mastigar bem os alimentos e outros, os benefícios da cirurgia bariátrica são compensadores.
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